quinta-feira, 3 de agosto de 2017


Hoje dei comigo a pensar num assunto, que tem andado a remoer na minha cabeça. E tem que ver com criatividade.
Neste mundo de blogs e de Youtube - ou Booktube, para o meu caso específico - tenho vindo a encontrar algumas vozes de descontentamento, acusando-se mutuamente de "falta de criatividade, de imaginação, copiões!". Palavras fortes sem dúvida, mas quanto de verdade estará no fundo dessas alegações?

O formato que idealizei para canal e afins, já foi criado e recriado centos de vezes. Vale o mesmo para o formato dos posts, a estrutura do blog e vídeos para o canal. E sabem que mais? Acho complicado aparecerem formatos 100% inovadores, sem ser aqueles, de que tristemente temos noticia: pessoas que fazem de um tudo, inclusivamente pôr a sua vida em risco, para ter algo absolutamente original. Porque isto de blogosfera já existe há muitos anos e nós já apanhámos o comboio em andamento.
Vamos buscar inspiração aos nossos blogs e canais favoritos. Pegamos nos formatos que mais gostamos e damos o nosso cunho pessoal; mas o formato base, esse já existe previamente, só não sabemos quem foi a primeira pessoa a fazê-lo.

Tendo o que escrevi acima em mente, então, seremos todos cópias? Não! Pelo simples facto de que se pode sempre abordar um tema de um outro ângulo, dar voz a uma opinião mais contracorrente, explorar temas pouco falados e discutidos. Como este. E sermos "nós" mesmos, sem filtros, sem hipocrisias nem falsos vedetismos, que fazem com que se grite "copiaste" a cada 5 segundos.
De cada vez que oiço alguém queixar-se que foram copiar isto ou aquilo do seu blog ou canal, o meu pensamento imediato é "e será que podes atirar pedras para ar, sem risco de que te caiam em cima?" Há espaço para todos e público para todos. Sem ninguém se atropelar e sem protagonismos ocos.
Porque, afinal, isto é um hobby, um escape, uma maneira de ocuparmos os nossos tempos livres com algo que adoramos. E não uma guerra aberta contra o mundo, deitando abaixo tudo e todos por pura megalomania ou como eu costumo dizer - mania da perseguição.
Digam-me o que pensam deste assunto.
Kisses da vossa Geek

10 comentários:

  1. Eu acho que é difícil seres verdadeiramente original porque tal como tu dizes, "tudo já foi inventado" e acabas sempre por seguir um pouco os moldes da comunidade. É normal e não tenho nenhum prolema com isso. No entanto, mesmo assim, acho que há pessoas que se esforçam por introduzir mais o seu cunho pessoal e não fazer sempre o mesmo tipo de vídeos...tentam variar um pouquinho de tempos a tempos e não têm medo de expressar a sua opinião divergente. E eu acabo por valorizar muito mais esses canais do que aqueles que no fundo apresentam apenas book hauls e opiniões dos livros que toda a gente anda a ler.
    Eu pessoalmente não gosto quando as pessoas não dão créditos a outras pessoas, tanto a nível da blogosfera como a nível da vida real:P Uma vez por outra é perdoável mas eu acabo por me cruzar com canais/logues que fazem isso várias vezes e sinceramente não gosto :P E normalmente são canais maiores...Custa muito dar crédito a uma pessoa que teve, por exemplo, o trabalho de criar um tag? Acaba por ser uma ferramenta de divulgação para canais mais pequenos.
    Bjs

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    1. Sim, a partir do momento em que fazes parte de uma comunidade, já estás a entrar de algum modo em preceitos pré-estabelecidos ou criados. Também não vejo problema nenhum nisso, pois tal como bem afirmas, há canais e blogs que tentam sempre dar o seu cunho pessoal e tornar o que já foi feito anteriormente em algo único e a "sua" cara, por assim dizer. E são esses que também mais gosto de ver/seguir. Porque é aí que reside a diferença entre bloggers/youtubers/whatever; vamos tomar por exemplo um bookhaul. Quantos não se fazem? Mas se fizeres na fila do metro ou no supermercado, isso é já o que chamo de cunho pessoal, e isso é o que faz a diferença entre canais e blogs sobre o mesmo tema.
      Sim, o dar créditos a quem de direito, concordo a 200%. Não custa nada e são normalmente os canais maiores que "passam" por cima dos mais pequenos, sem qualquer razão aparente. Talvez medo que lhes façam sombra? Agora o que me quis referir e, possivelmente não me expliquei bem, é que há pessoas que põem o seu cunho pessoal num formato base por ex. bookhaul, mas depois reclamam que os copiaram. Quando o formato base também já foi copiado por eles. Não vejo a lógica. Mas que acontece, acontece.
      Beijinhos

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  2. Já foi tudo inventado. E tudo se resume a essa frase. Todos criamos coisas com base em referências, em vivências, nossos ou de outros, todos somos influenciados e influenciadores, mesmo que achemos que não, mesmo que não queiramos, mesmo que o sejamos de forma inconsciente.

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    1. Olga sumarizaste muito bem o que penso. Recebemos influencias e inspiração de todos os lados, que é difícil destrinçar quem influenciou quem e como. E com isso convivo muito bem. Basta-me continuar a fazer o conteúdo que gosto de fazer e a receber feedback, que fico contente e satisfeita.

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  3. Por acaso não oiço muito (só ouvi uma vez uma pessoa queixar-se que já tinha inventado tudo e que esse tudo lhe foi roubado).
    Nada é novo, tem tudo a ver com a rouagem que lhe damos e com o gosto que colocamos nas coisas.

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    1. Exato Dora! A roupagem e o gosto com que fazemos estes nossos "cantinhos" é o nosso gosto pessoal e é o que nos distingue, ponto.

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  4. Confesso: não tenho paciência para essas merdices (desculpa a expressão).
    Mas por causa disso quase deixei de responder a TAGs (é que se não creditas este mundo e o outro vais acabar por ser acusada de qq coisa - apesar de tentar SEMPRE creditar, às vezes algo falha e pronto, está tudo estragado).
    Este ano aconteceu-me uma coisa engraçada. Há muitos anos que último post do ano é uma espécie de história com os livros que li. Este ano alguém lembrou-se de fazer uma TAG parecida que me foi passada. A minha resposta foi: "está bem giro, não vou responder porque na verdade já o fiz e coloquei link" e nunca mais pensei no assunto. Mais tarde apercebi-me que achavam que eu tinha ficado chateada porque alguém (que provavelmente nunca pôs os pés no meu blog) teve uma ideia parecida. Não há pachorra (ou sou eu que já não tenho idade para essas coisas.
    Por mim, está toda a gente à vontade para tirar ideias do meu blog e nem precisam creditar. Se roubarem textos, o caso é outro e talvez caia o carmo e trindade - até porque é crime e chama-se plágio.

    Claro que é simpático creditar. Mas há imensa coisa que é simpática. Uma altura houve em que resolvi, porque sou uma querida (cof, cof) divulgar canais do youtube. O divertido foi ver quem reagia a essas divulgações - e perceber as prima donnas do book tube nacional.
    Por acaso está na altura de voltar a essa rubrica, o blog anda muito paradinho.
    bjs, gosto destas tuas reflexões

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    1. Em primeiro lugar obrigada por gostares destes meus pensamentos. Não imaginas o gozo que me dá fazer este tipo de posts! São os mais sumarentos, a meu ver.
      Não peças desculpa pela expressão, que concordo a 100% e digo mais: #imtoooldforthisshit, o que diz a mesma coisa. As TAGs são coisas bem especificas, ainda só fiz 1 ou 2 (já nem me lembro bem) e sou sincera: verifico não sei quantas vezes com receio de me esquecer de creditar alguém. É chato e também não gostaria.
      Ao mesmo tempo, se o meu blog servir de inspiração a alguém, sinto-me lisonjeada, e não contristada - quer dizer que fiz algo que realmente apela a outras pessoas. Mas tal como mencionas, copiar textos é um grande no no - plágio e isso é incontornável.
      Isto de mal-entendidos na blogosfera é mato e às vezes, penso eu, um pouco intencional: por vezes dá jeito entender-se algo de determinada maneira, para se ficar por cima ou para ganhar pontos na comunidade (supostamente) - as tais prima donnas, rainhas do drama.
      Eu imagino o que não foi quando fazias essa rúbrica, devia haver reações bem interessantes por parte de algumas pessoa, que se julgam a última batata frita do pacote.

      Resumindo: criem conteúdos. Ponto. Nada de drama. Ponto

      Beijinhos

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    2. Foi divertido, era mais a ausência de reacção... e às vezes o silêncio é ensurdecedor.
      Em relação às TAG, eu percebo, porque dá trabalho. Daí que raramente faço, tenho que pôr link de quem me passou a dita (já reparaste certamente que me recuso a fazer da palavra TAG um verbo em português, certo?), de quem traduziu, de quem inventou e com sorte das milhares de pessoas que a responderam. Não há pachorra.
      Fui ver e uma das últimas a que respondi foi a da InêsBooks, ainda em 2014.
      http://ler-por-ai.blogs.sapo.pt/tag-livros-cruzados-43454
      Nós, na Roda do Livros, até usámos esta TAG (com a devida auth da Inês, claro) num evento público, escolhendo apenas livros de autores portugueses. Foi bem giro.



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    3. Sim, a ausência de reação é uma reação em si mesma, bem assertiva e que toda a gente consegue perceber. Lá está: síndrome da ultima batata frita do pacote. E há gente que, por achar que alguém fez algo bem feito, não reagem, para que não tenha o efeito de comparação com o seu trabalho. Não se manifestam para que não se levante "ondas". Mas isto tanto serve para o mundo da blogosfera como para o real - pessoas assim há em todos os quadrantes.
      Vou espreitar então essa TAG.

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