Opinião
Sempre Vivemos no Castelo
" somos tão felizes"
Aclamado como um dos livros de referência no que ao terror diz respeito, tenho que concordar com essa aceção, pois entrei para esta leitura com muitas expectativas e todas foram superadas. Acrescento que além do terror e suspense é também um drama vivido em vários níveis.
A historia é narrada pela perspetiva de Mary Katherine Blackwood, irmã de Constance, que foi acusada de matar toda a família, mas foi ilibada das acusações. Elas vivem na Mansão Blackwood, num sitio afastado da aldeia, com o seu tio Julian, outro sobrevivente da tragédia. A narrativa divide-se entre as irmãs e o seu tio no tempo presente e com algumas reminiscências do passado, mais concretamente ao dia da tragédia e fala um pouco dos elementos da família, entretanto mortos.
Esta é uma narrativa sufocante, por se passar num único espaço físico (a mansão) e que nos dá a total sensação de clausura, necessária para entender estas irmãs tão marcadas de diversas maneiras.
A escrita da autora mantém-nos sempre na expectativa - a tensão e o mistério, a principio ténues, começam a ficar mais acentuados á medida que o livro avança e que percebemos o quanto estas irmãs estão destruídas, amedrontadas, perdidas e fechadas em si mesmas.
Acabei as últimas páginas em frenesim, porque queria perceber tudo o que se passava naquela casa. De certo modo, esta narrativa fez-me lembrar Manderley, a famosa mansão que Daphne du Maurier criou como símbolo de tudo o que Rebecca representava, assim a mansão Blackwood, decrépita e isolada é um espelho dos seus ocupantes.
Fiquei absolutamente maravilhada com este livro tão pequeno mas tão poderoso, cuja autora conseguiu o condão de me transportar para o meio da história.
Kisses da vossa Geek