Historiquices Novembro
Maria Antonieta
A rainha mais infame, mais caluniada e mais reconhecível de sempre, pela sua faustosa vida e morte trágica, simbolo de uma era a findar.
Maria Antónia nasceu em 2 de Novembro de 1755, tendo, curiosamente, como padrinhos de baptismo, os reis de Portugal - D. José e D. Mariana Vitoria.
Ela foi a penúltima dos 16 filhos da Imperatriz Maria Teresa de Áustria, que, sendo uma mulher dominante, sempre aterrorizou a sua filha, mesmo à distancia dos milhares de quilómetros que separaram o Hofburg de Versailles.
Com a morte de seu pai, a mãe de Antónia procurou alianças vantajosas para todos os seus filhos e, ela era a peça (ou peão) mais interessante, pois, com o casamento com o Delfim de França, punha-se termo à rivalidade e tensão de séculos, entre estes dois países.
Antónia foi uma criança feliz, muito embora fosse virtualmente ignorada pela sua mãe, sempre ocupada com assuntos de estado, mas tinha uma ama que lhe dava todo o conforto maternal. Mas, os estudos dela foram gravemente negligenciados por essa senhora, deixando-a assim, sem bases sólidas para assumir o seu papel de Delfina de França.
Com o casamento, chegaram todos os problemas que, um enlace por procuração e entre monarcas tem: o casamento tardou a ser consumado, havia um sentimento anti-austríaco, até por parte do seu esposo e ela nunca foi realmente aceite em França, na corte, como Delfina e mais tarde, como Rainha. Procurou distração do deserto emocional que a rodeava na moda, nos jogos de azar, nos bailes. Mas infelizmente, isso só dispôs mais os inimigos da Coroa contra ela. Mas ela parecia que não se apercebia de nada.
Quando finalmente teve noção, já não havia nada a fazer. Ela cresceu, com os anos, ganhou algum traquejo, mas o mal já estava feito e não era pouco. E de qualquer maneira, naquela época e com o ambiente que se vivia, nem que ela fosse a melhor Rainha do mundo, iria ter exatamente o mesmo final. Foi o fim de uma era, e quando isso acontece, nada se interpõe nesse caminho.
Poder-se-á dizer que a morte de Maria Antonieta foi inevitável, sob muitos aspetos. Ela tanto foi vitima, como provocadora dessa má sorte. Penso que, devido ao clima politico e social vivido na altura, não havia escapatória possível.
Ainda assim é uma Rainha e uma personalidade fascinante e que viveu um dos períodos mais ricos da Historia mundial e que foi o percursor de muitas outras Revoluções, por esse Mundo fora.
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