terça-feira, 29 de agosto de 2017

Demasiados Carnavais?

Utilizo esta expressão tal como também utilizo a "atirar a tudo o que mexe". Significa algo ou alguém que está sempre "lá", sempre presente, participativo e afirmativo. Será que é bom atirar a tudo o que mexe? Ir a todos os Carnavais?

A questão vem a propósito do facto de eu ter um blog com menos de um ano, e um canal ainda com menos tempo que isso, e, ao inicio, o meu primeiro impulso foi de mergulhar em tudo e fazer presença em todas as redes sociais, todos os desafios. Porque estava cheia de adrenalina e porque me apetecia fazer isso mesmo.
Tenho o maior respeito por quem cria projetos - afinal, também eu crio os meus e gosto que participem - mas sabia que iria regressar aos meus padrões normais, mais dia menos dia. Ao fim e ao cabo, acabava por ser demasiado para mim, de tal modo que se impunha a questão: se passava mais tempo online e em todos os desafios, passava menos tempo a ler, ou seja, a ter um eventual conteúdo para a minha página. Mas tudo o que participo é com o maior gosto e prazer. Mas faço-o ao meu ritmo.
Por outro lado, vejo pessoas que estão sempre "lá", sempre responsivos e atentos a tudo, a cumprirem 100 objetivos /desafios ao mesmo tempo. Se for assim que essas pessoas naturalmente são, então, ótimo. Mas quantas delas será que o fazem em "esforço", porque podem pensar que são esquecidas, desprezadas se não forem "a todas"?

Isto é muito importante de refletir, num momento em que cada vez mais se veem problemas de ansiedade e depressões, muitas vezes devido a sobre-exposição a redes sociais. Em que medida é que é demais? Em que medida alguém se pode sentir pressionado a entrar em "todos os Carnavais", não retirando dessa experiência prazer, mas sim pressão?

Kisses da vossa Geek

14 comentários:

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    1. Obrigada😁 gosto de fazer estas reflexões de vez em quando.

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  2. Gosto muito das tuas dissertações, são sempre assuntos muito pertinentes. =) O que eu acho é que inicialmente, devido ao entusiasmo inerente às coisas novas, as pessoas, de forma natural, acabam por participar mais - em mais iniciativas/projectos, com mais pessoas. Mas a verdade é que com o tempo também vais aprendendo a filtrar, o que queres ver, com quem queres ver/estar/fazer/realizar/participar, onde queres estar.

    Ao fim de algum tempo, depois de travado o entusiasmo inicial, ninguém consegue estar e dar 100%. E se por algum motivo acontece, é resultado de sacrificar algumas coisas a nível pessoal. De outra forma não acredito ser possível. Nós próprios temos noção - ou pelo menos a maior parte de nós - de quando estamos no limite...e quando estamos, temos de filtrar. E filtrar não é algo negativo, é uma espécie de metáfora de uma qualquer lei da física. É uma questão de maturidade não te deixares sentir pressionado pelo que os outros fazem, ou pensam, e de auto-conhecimento, no sentido de perceberes até onde podes e queres ir. Quando não temos a obrigação moral, contratual, ou outra qualquer, para realizar uma tarefa, então se a realizamos é porque usufruímos dela, porque temos prazer...se deixamos de ter, se deixamos de usufruir, então deixa de ter sentido.

    Não temos de fazer tudo, não temos de aceitar tudo, não temos de ir a todas, como tu dizes...bem sei que a aceitação social - neste caso - pode ser viciante mas como bem diz o Jorge Palma: a dependência é uma besta que dá cabo do desejo e a liberdade é uma maluca que sabe quanto vale um beijo. ;)

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    1. Obrigada Olga😁 gosto muito de fazer este tipo de posts.
      Tu chegaste ao ponto fulcral: passado a adrenalina inicial, que é totalmente compreensível há que, depois voltar aos padrões pessoais, que implicam não sacrificar tempo pessoal, de familia e de outras componentes da vida. Porque não é possível estar e dar a 100% sem que isso aconteça. E é aí que se esconde a proverbial " burra nas couves": se passas o tempo a marcar presença e a desdobrares-te em mil desafios inevitávelmente a tua familia e tu própria vais te ressentir disso,pois não é saudável. Como hobby, tem o seu espaço e tempo proprios que não podem atropelar as outras constantes.
      O problema é que tudo isto pode assentar na base da aceitação social - grande componente - e em pessoas mais sensiveis, menos preparadas pode ser uma armadilha e das grandes. Que lhes pode custar a sanidade mental.
      Passa, como dizes, por saber onde estão os nossos limites e saber parar ao lá chegar, e isso aprende-se.

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  3. Excelente tópico. Acho que realmente é essencial filtrar aquilo em que participamos. Por mais que gostemos das pessoas não há tempo para participar em tudo e também nem tudo vai de encontro aos nossos gostos. É verdade que isso vai fazer com que sejas menos aceite socialmente (experiência pp) e acabes por não estar tão integrado na comunidade (é normal formares laços mais fortes com as pessoas que participam sempre nas tuas actividades ou mesmas actividades que tu)mas a tua vida não é só isto. Tal como tu dizes, a adrenalina ajuda muito inicialmente mas depois tens de ser honesto contigo mesmo, saberes quais os teus limites e não te deixares ir abaixo por não conseguires nem quereres estar tão envolvida e presente.

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    1. Obrigada Catarina!
      O não participar em tudo nada tem que ver com gostarmos ou não dessas pessoas- tem mesmo a ver com a disponibilidade que naturalmente temos para este hobby. Como disse, tenho o maior respeito por quem cria projetos, mas simplesmente é virtualmente impossível chegar a tudo.
      No caso da aceitação social, eu acho que acabamos sempre por criar diversos niveis de ligação com as outras pessoas. Tal como no nosso dia a dia,não nos relacionamos da mesma maneira com toda a gente, isso também é valido para este mundo. Nada de mal, simplesmente iremos sentir mais afinidade com algumas pessoas ou mais sinergia e menos com outras embora se participarem nos mesmos projetos irá haver mais chances de interagirem e assim haver mais aceitação na comunidade. Mas focas um ponto muito importante: o saberes o quanto é que te queres envolver,pois há projetos que não são tanto dentro dos teus gostos e aos quais não faz sentido estares " em esforço" só para marcar presença.
      Enfim, isto dá pano mangas...

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  4. Concordo plenamente contigo. Desde o início tentei ser abrangente com a comunidade e tentar participar de algum modo nas iniciativas dos outros. Mas à medida que a comunidade cresceu e eu também comecei a ter menos tempo e por isso também comecei a ser mais selectiva com as iniciativas em que participo. Sinto que não estou a 100% na comunidade, mas sinto também que quando estou, estou a 100% e isso para mim é o mais importante.
    beijinhos*

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    1. É isso mesmo! É impossível estarmos em todo o lado, a participar em tudo a 100% a não ser que coloques a tua vida de lado e isso não é nada bom para a sanidade mental.
      E depois nem todos os projetos são totalmente ao nosso gosto e apesar de gostarmos das pessoas e querermos estar integrados na comunidade, não irás participar em algo com que não te identificas ou que não é ao teu gosto. E é aí que entra a seleção, que é muito necessária.
      Beijinhos

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  5. Hello,
    Adorei o post!
    Por vezes sinto mesmo isso. Que quero ir a tudo, mesmo sabendo que não consigo! E depois acordo para a realidade. Mas é uma coisa difícil de gerir, pelo menos para mim. Tenho ideias de projectos, as pessoas participam e depois gasto de participar no dos outros. Enfim...acho que como tudo há que ter conta, peso e medida e não ter "medo" de dizer que não participo :)
    Beijinhos

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    1. Olá Isaura
      Foi essa a intenção do post. Querer dizer que embora gostemos das pessoas e dos projetos, não é humanamente possível participar em tudo, maa que estamos lá, na comunidade, para nos apoiar uns aos outros.
      Conta, peso e medida como tudo na vida também se aplica aqui, e não temos que nos sentir " de fora" só porque não procedemos ao contrário.
      Beijinhos

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  6. Aqui está um assunto que tenho vindo a refletir muito este ano. O ano passado também andei com aquele entusiasmo de participar em tudo por ser novidade... Mas comecei a sentir demasiada pressão e falta de tempo para o que realmente me interessava, que era ler! Por isso este ano ando um pouco longe dos desafios e projetos, gostava de participar mas para o bem da minha saúde mental é melhor mesmo não fazer. Um Post muito bom ;) Beijinhos

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    1. Exatamente como disseste: a novidade faz-nos querer nos integrar na comunidade e daí até participarmos ( ou tentarmos) participar em tudo é um passo curto. E sim - tem muito qur ver com sanidade mental o selecionares os projetos que gostas e aqueles que consegues e queres participar, porque senão parece que estás sempre a correr de um lado para o outro sem chegar a lado nenhum.
      Obrigada Raquel e beijinhos para ti também

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  7. Olá Elisa,
    Adorei o teu texto!
    Eu também quero participar em tudo mas depois... fica sempre alguma coisa para trás =P
    Tenho que começar a ser mais racional.
    Beijinhos

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    1. Obrigada Tita!
      Quando começamos a parar e refletir, chegamos a esta conclusão, sim - há que ser racional. Já os antigos diziam que quando se toca a muitos burros, algum há-de ficar para trás, e é isso que invariavelmente acontece.
      Beijinhos

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