Filmes feitos a partir de peças de teatro
A propósito de Fences, lembrei-me de fazer uma listinha dos filmes que já vi e que foram adaptados de peças de teatro.
Não consigo fazer um top, pois não vi muitos e todos os que vi, gostei de igual forma. São sempre filmes intensos, de grande carga dramática e que, para quem gosta de filmes "mexidos" isto certamente é o completo oposto, pois vive muito das interpretações dos atores, normalmente belíssimas e pela pouca variedade de cenários onde decorre a ação.
Filme com argumento a partir a peça homónima de Tenessee Williams, é um filme que assenta na derrocada de um casamento e de todos os sentimentos maus que advêm de, ao mesmo tempo que se odeiam, eles adoram-se. Maggie, a "gata", interpretada magistralmente por Elizabeth Taylor e Brick, interpretado por "Blue Eyes" Paul Newman, são um casal à beira da ruptura, devido ao problema de alcoolismo de Brick e a briga estala quando eles vão de visita, para celebrarem o aniversário do pai de Brick, Big Daddy, que lhes exige um neto, tal como o irmão de Brick, Gooper, já lhe deu imensos. Então, as frustrações vão todas voar entre Maggie e Brick: diálogos bem construídos e dramas reais.
UM ELÉTRICO CHAMADO DESEJO ( A STREETCAR NAMED DESIRE)
Um filme a contar com Vivien Leigh como Blanche Dubois, mais uma southern belle, desta vez já passada dos anos, mas que ainda acredita que retém exatamente o mesmo charme. Ela vai passar uns tempos em casa da irmã, que está grávida, por causa de ter sido expulsa da sua cidade natal, por ter seduzido um rapaz de 17 anos, e, depara-se com um cunhado completamente bruto, interpretado por Marlon Brando. Mais uma vez, ela não resiste e tenta seduzir todos á sua volta, inclusive Stanley Kowalsky. Mais um grande filme e peça de teatro de Tenessee Williams. É famosa a frase que resume toda a vida e lema de Blanche Dubois "I have always depended on the kindness of strangers."
UM LEÃO NO INVERNO (LION IN WNTER)
Esta peça, por James Goldman tem 2 adaptações: uma de 1968, com Peter O´Toole como Henrique II de Inglaterra, Katharine Hepburn como Leonor de Aquitânia, sua esposa e rainha, Anthony Hopkins, uma absoluta estreia em cinema, como Ricardo Coração de Leão, filho mais velho e herdeiro e Timothy Dalton como Rei Phillippe de França.
Eu vi uma versão em telefilme de 2003, com Patrick Stewart como Henrique II, Glen Close como Leonor e Jonathan Rhys-Myers como Rei de França.
Numa altura em que Henrique tem a sua esposa Leonor de Aquitânia presa no castelo de Chignon, por já ter tentado usurpar o seu trono, enquanto ele foi em Cruzada á Terra Santa, e, pressentindo a sua morte iminente, Henrique decide fazer uma reunião familiar em Inglaterra, com o propósito de nomear um herdeiro ao trono, entre os seus filhos. Mas como sempre, as faíscas verbais andam no ar e é delicioso vê-los numa cena em particular, onde eles vão receber o rei Francês, e, estando ao pé de vários dignitários, degladiam-se verbalmente, mas com um sorriso nos lábios, para que nada transpareça para ninguém. Magistral!
CASABLANCA
Um dos filmes que teve o mais baixo orçamento e que estreou modestamente. Foi ganhando fama ao longo dos anos. Narra uma história de II Guerra Mundial, em que Rick Blaine, um americano com um bar muito bem frequentado em Marrocos, numa altura em que a cidade se encontrava sob o controlo do governo de Vichy - portanto, francesa - e do seu dilema em ajudar ou não o amor da sua vida, Ilsa Lund, a escapar com o seu marido, herói da resistência francesa, para Lisboa. Era uma rota bem conhecida da altura, pois como o porto e aeroporto de Lisboa continuaram mais ou menos neutrais, quem queria escapar dos países ocupados, tentava fazê-lo através do nosso país. Grandes interpretações de Humphrey Bogart e de Ingrid Bergman e uma lição de História muito bem dada, além de nos terem dados duas das mais famosas frases cinematográficas-" Play it again, Sam." e " We will always have Paris.
CLOSER
Um drama de 4 pessoas, interligadas entre si por laços que se vão contruindo e destruindo, ao sabor das paixões e dos ódios do momento. Uma americana chega em Londres e é atropelada. Um inglês vai em seu auxílio. Uma fotógrafa é confundida com uma outra pessoa e conhece o seu futuro marido. Um filme que, ao fim e ao cabo, retrata relações, complicada como só o amor e emoções podem ser. Tem como actores Julia Roberts, Jude Law, Nathalie Portman e Clive Owen.
E vocês - já viram algum? O que acham deste tipo de filmes?
Kisses da vossa Geek
Eu só vi o "Closer" mas como já o vi tanta, tanta vez, faz de conta que vi os outros, ehehehe!
ResponderEliminarO "Todo sobre mi madre" também tem uma peça de teatro, tirada de um filme do Hitchcock, "All About Eve".
Devias ver algum destes mas já sei que filmes tão antigos não é contigo.
ResponderEliminarO All About Eve não é do Hitchcock - é do Mankiewicks e foi adaptado de um conto, embora esse conto nunca tenha recebido o crédito. É que eu adoro o All About Eve - fasten your seatbelts: we'te in for a bumpy ride! Mas vou ver o Todo sobre mi madre, sim - é Almodovar.
Não é bumpy ride mas bumpy night.
EliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarSó vi o Casablanca e gostei, o clima de espionagem e a grande Ingrid Bergman são os pontos fortes do filme. Fiquei curioso com o Closer, obrigado pela sugestão :) Sugiro o Carnage (O Deus da Carnificina) de 2011, dirigido pelo Roman Polanski e baseado na peça "God of Carnage".
ResponderEliminarBitaites de um Madeirense
O Casablanca é daqueles filmes que não me canso de ver.
EliminarO Closer é muito bom - ainda bem que gostáste da sugestão.
Irei ver certamente o Carnage - gosto muito de Polansky.
Obrigada
A minha sogra e uma especie de Blanche Dubois! That's why I hate her!
ResponderEliminarUma pessoa assim é cansativa é heheheh
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