quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Oscares - prémios justos ou muito PC?


Em mês de entrega dos prémios da academia, vejo por todo o lado - fóruns, páginas e chats a mesma discussão: a nomeação do filme X em detrimento do Y ou do actor A em vez do B, bem melhor. E ninguém chega a acordo do porquê a academia nomear uns e claramente deixar outros de fora.
É lógico que tudo isto é subjectivo, uma vez que são coisas sujeitas a gosto pessoal, portanto não havendo nem certos nem errados - apenas gostos diferentes.
Mas qual é o processo pelo qual a Academia chega aos nomeados? Aí é que bate o mistério, pois se há nomeações geral e quase unânimemente bem aceites, outras há que vão contra a opinião do público, parecendo ser nomeações que eu chamo de "intelectuais" - mais ninguém gostou, apenas o crítico que lá pôs o nome do actor/actriz ou o título do filme.

É nesta altura que sempre vem à baila que a Academia está a ser politicamente correta. Aliás, quando não se entende as nomeações é logo essa definição que é utilizada. 
Confesso que, por vezes, também acho isso. Vê-se um esforço de Hollywood em criar tendências, em ser justo, igualitário, fraterno - um nadita como a Revolução Francesa! - mas, que deixa quem não concorda, com a sensação de que houve jogada de bastidores. E claro que há sempre, pois os estúdios ainda dão cartas e influenciam sempre as decisões. Um filme, nem que seja só nomeado para um Óscar, é garantia de dinheiro em caixa, portanto há que recorrer a todas as influências para que se possa chegar aos poucos nomeados.

Já falei em cima na questão de que a Academia tenta mudar a sociedade, impondo tendências através dos seus filmes vencedores da cobiçada estatueta. Não foi há muito tempo que a Academia recebeu a dura critica de ser "muito branca" e desde esse altura, os actores afro-americanos têm sempre um destaque nas nomeações, quer achemos que são merecidas ou não.  

Isto comprova a necessidade que há em que não apenas sejam nomeados os merecedores, como também que haja uma clara propensão para nomear os pertencentes à causa advogada no momento. Quer tenham tido papéis ou filmes dignos dessa grande honra.

Na minha opinião pessoal, exemplos de politicamente correcto ou de Óscar de consolação foi o vencedor do prémio para o melhor actor principal do ano de 2016. Leonardo Di Caprio teve um papel muito exigente n´O Renascido, mas considero de menor complexidade em relação a outros nomeadamente n´O Aviador, Shutter Island ou Inception. Possívelmente, se tivesse ganho num dos outros anos, não seria tão gritante esta decisão.

Na edição deste ano, um filme que considerei um dos melhores, quase nem foi mencionado - passou totalmente ao lado dos nomeados - e sem razão que se consiga apontar. Mas lá está - a Academia decidiu, está decidido.

Como este exemplo que dei, muitos outros aconteceram, também pela razão da quantidade de filmes produzidos num ano. 
Segundo um estudo que li, neste momento o número de estreias que ocorrem num único fim-de-semana, nos Estados Unidos, equivale a 1 ano de estreias nos anos 40/50. Portanto, em razão disso, há-de haver sempre aqueles que passam por "debaixo do pano" sem serem notados, apenas por quem os viu.


Por isso cada vez prefiro mais os prémios europeus. Por terem filmes de excelência, que têm o devido destaque e não uma quase menção honrosa no Grauman´s Chinese Theater. 

Kisses da vossa Geek

4 comentários:

  1. Totalmente PC...mas infelizmente acho que não são só os Óscares.

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  2. Isto é a mesma coisa de tentar explicar porque é que o céu é azul e muitas outras coisas...é o que é e pessoalmente, nem debato.
    Tudo na vida é injusto :)

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    1. Verdade! E se fossem outros a ganhar também haveria protesto...enfim.

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