domingo, 11 de dezembro de 2016



VAMOS AO CINEMA COM.....


CAPTAIN FANTASTIC




Pois é geeks, inverno...... altura de casa quentinha, mantas e bons filmes.

O titulo pode induzir em erro, por pensarmos nos múltiplos filmes de super-heróis Marvel e DC que ultimamente grassam pelas salas de cinema. Nada mais afastado disso! Este é um filme de pessoas reais, de situações reais e que fazem refletir sobre o mundo à nossa volta.
Este filme foi-me recomendado pela Dora Santos Marques do canal Books and Movies e em boa hora ela o fez. Fiquei rendida ao enredo e ás subtilezas do argumento. Posso dizer com segurança que este é um dos meus filmes do ano de 2016, senão um dos favoritos de sempre, aquele panteão que todos nós temos.

O filme começa com Ben e os seus 6 filhos, com idades compreendidas entre os 18 e os 5 anos de idade e que vivem no meio da floresta, completamente "off the grid", ou seja, vivem o mais naturalmente possível: sem telemóveis, internet, tv, sem contas bancárias ou cartões de crédito. Os miúdos são ensinados em casa pelo pai e pela mãe (inicialmente ausente) e têm uma disciplina rigorosa de muito exercício físico e estudo. Acima de tudo, são tratados como adultos e seres pensantes, lendo e se instruindo na vasta biblioteca existente no Steve, o autocarro modificado em que a família se desloca, que é praticamente outra personagem do filme.



Tudo começa quando a mãe morre e os sogros do Ben recusam-se a honrar os últimos desejos da filha, que era ser cremada. Os sogros não gostam muito do Ben, como se vai percebendo ao longo do filme. Consideram que ele é a razão de a filha ir viver "para o meio do mato". Querem que Ben não venha ao funeral da própria mulher. Ben e os filhos têm então que sair do seu cantinho na floresta para prestar a última homenagem à mãe e esposa e tentar fazer com que os pais dela vejam a razão, deixando para isso a sua vida tranquila  e arredada da sociedade para trás e mergulhando de cabeça em todos os seus elementos, estranhos para os miúdos.

Este é o ponto de partida para um filme que me abalou e fez pensar em muitos aspetos enquanto mãe, enquanto cidadã e até enquanto ser humano.
Ben, ao tentar fazer cumprir os desejos de Claire, vai se expor ao criticismo inerente da sociedade, que se manifesta sempre que existe algo que não compreende ou que saia um pouco fora da norma. Vai ser criticado pela sua forma de educar e de criar o seus filhos, o não se vestirem como as outras pessoas, o não irem à escola, o não saberem referências da cultura pop, etc. Isto, ao mesmo tempo que tenta fazer o seu luto, lidar com a sua dor e com a dor dos filhos, deixados sem mãe.




Mas pensando bem: porque é que ele é que está errado? Ele e a sua mulher escolheram um estilo de vida mais natural, de modo a educarem os seus filhos para serem fortes, independentes e a saberem pensar pela sua cabeça, além de terem uma cultura geral a um nível estratosférico. Não será a sociedade atual um poço de distrações e fugas onde o lema é o seguidismo, o não ser diferente, a medianidade?




O filme prossegue em tom de crítica à sociedade americana ( e de um modo geral, global) onde se apontam as graves falhas estruturais no modelo de sociedade vigente.
Adorei a relação entre pai e filhos, onde mesmo estando retirados da "sociedade normal" o filho mais velho experiencia a rebeldia típica da adolescência



depois, temos as gémeas atléticas e sonhadoras, e os miúdos mais pequenos a quererem imitar o maiores em tudo.

Com interpretações espetaculares de todos sem exceção, destaco o Nai, o filho mais novo, que adorei na sua precocidade e na sua inocência também.



Em jeito de conclusão deixo esta pergunta no ar: será que as gerações vindouras estão a ser educadas e preparadas como deviam? Enquanto pais e educadores, é assunto para grande reflexão.....

Deixo-vos com o lema desta família

"Power to the people! Stick it to the man!"


Kisses da vossa Geek

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