quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Opinião

Na tua Face de Vergílio Ferreira
e
Fanny Owen de Agustina Bessa-Luis

Video onde explico todas as sensações que tive na minha leitura destes 2 grandes, enormes escritores portugueses.

Na Tua Face é um livro doce, urbano, quotidiano e ao mesmo tempo que irradia uma luz e uma calma que apetece ficar. Apetece ficar nas memórias deste narrador, que mistura tudo na cabeça dele, e que nos faz andar aos ziguezagues, para destrinçarmos o que aconteceu do que poderia ter acontecido. Porque ao fim e ao cabo, toda a nossa vida é uma série de hipóteses, de escolhas, de encruzilhadas. E ficamos sempre a pensar "e se?"

Fanny Owen é, em primeiro lugar, quase um documento histórico sobre uma parte da vida do escritor Camilo Castelo Branco. Relata um triângulo onde ele se viu inadvertidamente envolvido e, de onde não saiu incólume, tendo em conta a sua vida depois deste episódio. Namoradeiro como ele só, descontente com a vida e tentando a todo o custo retirar o sumo do que ela tem de melhor, é um retrato de sociedade intenso, bem escrito, com arrebiques de romantismo, que acentuam a "tragédia". Agustina Bessa-Luis brincou um pouco com o dramatismo latente em Camilo e levou-o a outra dimensão.


Kisses da vossa Geek

domingo, 17 de dezembro de 2017

A culpa livrólica


Calma, que nada tem que ver com compras de livros e afins. 
O que estou a pensar é em culpa por não ler tudo. Não ler tudo o que temos nas estantes. Não conseguimos ler tantos livros quantos queríamos ler. Ter um "mau" mês/ano. Não acompanhar as novidades. Enfim, essas culpas todas.

Eu sou uma leitora. Não sei se compulsiva, mas leio entre 50 e 70 livros por ano, sem grandes esforços e sem me retirar da vida de todos os dias.  Segundo a famosa sondagem do Expresso, estou bem acima da média nacional. Vamos começar por aí.
Antes de acompanhar a comunidade do Booktube, já registava as minhas leituras no Goodreads - estou lá desde 2009, se não me engano. Não me lembro particularmente de números - até porque houve anos em que não "estive" lá - mas penso que se cifrava entre os 20/30 livros por ano. O que já considerava muito bom. Se tivesse um mês de ler 4 livros, já achava que estava no topo da parada!
Mas, como o ritmo de leitura é algo que vai melhorando quanto mais se lê, os meus números têm vindo a aumentar gradualmente.
Quando comecei a ver vídeos no Youtube, há cerca de 3 anos, e via resumos de leituras de mês com 8, 10 e mais livros entrei num pânico leve: então, mas porque é que não leio tanto? Devia ser capaz de ler mais? O que posso fazer para melhorar?
Cheguei à conclusão que este é o meu ritmo, que me forçar, apesar de querer muito ler centenas de livros ao mesmo tempo, pela curiosidade que me despertam, mas compreender que isso é humanamente impossível e mais - não conseguiria assimilar toda a informação, do modo como gosto de assimilar.

Passando para o espetro geral: todos os leitores têm imensa curiosidade para ler este, aquele e mais o outro livro. Mas quando vemos pessoas, em vídeo ou em blogue, que leram "este mundo e o outro" num mês, ficamos com sentimentos de frustração. Mais ainda, quando se tem um canal ou blogue literários - há a parte de produção de conteúdo que entra em jogo. Se não se ler em bom ritmo, não se faz conteúdo. Será? Há imensos assuntos a explorar, em termos de livros e literatura, que não dependem exclusivamente da tríade bookhaul/opinião/resumo de leituras do mês. Penso que há lugar para quem lê imenso e para quem lê menos, sem culpas e principalmente - sem pedir desculpa por isso. Embora, se formos a olhar aos canais estrangeiros, vê-se ali por vezes um sentimento de competição muito marcada, o que não é saudável.

Neste momento, anda a decorrer, principalmente nos canais americanos, a discussão sobre o leitor como fraude, que se foca neste tema especificamente.
Pessoas que chegam às leituras do mês com 10 livros e acham que são uma fraude, enquanto booktubers. A pressão para apresentar cada vez mais conteúdo, leva a autênticas crises de ansiedade, o que já provocou a retirada de alguns canais, porque para essas pessoas a leitura começou a parecer emprego e não diversão. Outro facto concorrente para este sentimento, é o facto de já haver alguns ganhos envolvidos e, se não fizerem os vídeos que dão mais visualizações, perdem dinheiro. Mesmo assim, é instrutivo acompanhar toda esta situação e retirar algo de útil.

E vocês, como encaram esta situação? E algo que vos afete? E, se afeta, como lidam com isso?

Kisses da vossa Geek


sexta-feira, 15 de dezembro de 2017



Um Ano Com a Jodi

Livro para Janeiro



Sage Singer é padeira de profissão. Trabalha de noite, a preparar o pão e os bolos para o dia seguinte, tentando fugir a uma realidade de solidão, a más memórias e à sombra da morte da mãe. Quando Josef Weber, um velhote que faz parte do grupo de apoio de Sage, começa a passar pela padaria, os dois forjam uma amizade improvável. Apesar das diferenças, veem um no outro as cicatrizes que mais ninguém consegue ver.Tudo muda no dia em que Josef confessa um segredo vergonhoso há muito escondido e pede a Sage um favor extraordinário. Se ela disser que sim, irá enfrentar não só as repercussões morais do seu ato, como também potenciais repercussões legais. Agora que a integridade do amigo mais chegado que alguma vez teve está envolta numa névoa, Sage começa a questionar os seus pressupostos e as expectativas em torno da sua vida e da sua família. Um romance profundamente honesto, em que Jodi Picoult explora graciosamente até onde podemos ir para impedir que o passado dite o nosso futuro.

Este é o livro selecionado para o mês de Janeiro, com uma temática a condizer - o Holocausto.
Já sabem que para participar, basta comentar aqui ou nos vídeos da Dora ou da Isaura.

Kisses da vossa Geek

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Curtas e Boas #1


Inauguro aqui uma rubrica de pequenas opiniões de livros.


O meu guilty pleasure. A minha literatura de descontração total. 
Caroline divorcia-se de um gestor de fundos poderoso e deixa o seu belo apartamento em Singapura, com a sua filha adolescente a reboque e vão para a Inglaterra rural. Já se vê para recomeçar, mas com uma adolescente resmungona atrás, não é fácil. O ex-marido não paga regularmente a pensão de alimentos da filha, o que no inicio Caroline pensa que é por simples desprezo, mas, depois apercebe-se que ele estava envolvido num esquema tipo Madoff e, por isso, ficou com as contas congeladas. 
Para onde ela vai viver, arranja uma rede de amigos que a ajudam a refazer a sua vida, em todos os sentidos: voltar a ser independente e voltar a amar.
Os livros esta autora normalmente pautam-se por um romance mais ou menos açucarado, com um mistériozinho à mistura para ir contrabalançando. É algo que me agrada e que me põe a voar pelas páginas fora. A fórmula agrada e volto sempre que preciso de uma leitura descontraída.


Um thriller de mão-cheia. Atmosférico, aterrorizador em variadas alturas.
Lydia e Kirstie são gémeas totalmente idênticas e, por volta dos 6 anos de idade, Lydia morre num acidente doméstico. O livro começa depois de um ano disso acontecer, e quando os pais das meninas, Sarah e Angus,estão de partida para uma ilha remota ao largo da Escócia, um sitio que está virtualmente em ruínas, não tem estrada para lá chegar e não tem comunicações. Então, Kirstie começa a afirmar que ela é a Lydia e que foi a Kirstie que morreu. E, começa aí a baralhação e o tormento dos pais, que vai ter um desfecho surpreendente.
Adorei o ar tétrico da ilha, das coisas que não são ditas entre Sarah, Angus e Kirstie. Há todo um nível de não-comunicação, que é ,em si mesmo, revelador. As fotografias inclusas no livro, do local que inspirou o autor emprestam veracidade e um cenário à nossa mente.
Se gostam de thrillers, este é mesmo muito bom, muito bem construído e que faz pensar em bastantes aspetos, não só no mistério de qual gémea é que morreu, ao certo.

Este é um romance histórico, tendo como personagem central D. Leonor de Lencastre, Rainha e esposa de D. João II, o Príncipe Perfeito, grande impulsionador dos Descobrimentos.
O livro, sendo bastante curto, para abarcar uma vida tão cheia, é, no entanto, uma boa introdução à vida desta Rainha, que foi a patrona das Misericórdias portuguesas. Foi ela que estabeleceu o primeiro hospital termal da Europa, em Caldas da Rainha. Filha, esposa e tia de reis, ela viveu toda a sua vida no meio da corte e das suas intrigas. Conheceu todos os aspetos da corte portuguesa, no bom e no mau sentido.
Com uma escrita fluída e fácil de seguir, este é um bom livro para quem quer se iniciar na leitura de históricos.

Já leram algum destes livros?

Kisses da vossa Geek

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Historiquices de Dezembro

Catarina de Bragança, Rainha de Inglaterra


No ultimo mês do ano, voltamos a uma grande senhora, portuguesa e Rainha, mas de outro país. Falo de Catarina de Bragança, filha de D. João IV, rei da Restauração da Independência.

Catarina teve uma infância feliz apesar de o seu pai, 8º conde de Bragança, ter levado a maior parte da sua vida a combater, para ficar independente e, depois de conquistada a independência, de a conseguir manter, pois Espanha estava sempre a dar luta nas fronteiras recém-definidas. Muitas vezes, sua mãe, Luísa de Gusmão, atuou como regente do recém-independente Reino de Portugal. Uma mulher de grande inteligência, que se ocupava pessoalmente da educação dos seus filhos e que serviu, mesmo após a morte de seu marido, como regente durante o reinado de seu filho Afonso, mentalmente incapaz de reinar.
Como tal, o casamento de Catarina ( e dos seus irmãos e irmãs) tinha que ser no sentido de proteger e arranjar alianças contra Espanha e, foi assim decidido, que se casaria com Carlos II de Inglaterra, levando consigo o fabuloso dote de Tânger, Bombaim e um barco cheio de especiarias, que valeria mais que ouro.
Uma nota de como Catarina era senhora do seu nariz: ela nunca abdicou da sua fé católica, num país de protestantes. Casou, em segredo, numa cerimónia católica, casando publicamente pelo rito anglicano. Sempre manteve o seu culto. O que não lhe trouxe muitos aliados numa corte estrangeira e protestante. O seu casamento foi infrutífero, pela sua parte, pois Carlos tinha muitos filhos bastardos das suas amantes. Mas sempre exigiu respeito, no trato a Catarina, a toda a corte e recusou inclusivé divorciar-se dela. O casamento, que no início foi acidentado, por causa das amantes de Carlos, transformou-se numa união de mentes e de respeito mútuo.
Quando Carlos morreu, Catarina voltou a Portugal, pois nada a prendia a Inglaterra. Mas o povo inglês sempre gostou muito dela, apelidando-a de "good Queen Catherine". Na corte é que ela era desprezada e humilhada.

Dos muitos anos da estadia de Catarina por Inglaterra, ficou o hábito arraigado do chá, do doce de laranja amarga, da introdução do uso de talheres e do tabaco.

Para esta última figura, ficam aqui os destaques em livros e documentários.

Livros






















Kisses da vossa Geek



quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Vamos Geekar com séries #6


Versailles Temporada 2



Acabou, durante o mês de Junho, a segunda temporada desta série espetacular, sobre uma das minhas figuras preferidas de sempre.
A trama, desta feita, arranca depois da morte da esposa de Philippe, Henriette, e vai nos guiar pelos meandros mais escuros da corte do Rei Sol. Contrariamente ao seu cognome, esta foi uma altura muito, mas muito escura, escusa e esconsa, da vida desta corte que se queria brilhante. Luxúria, corrupção, drogas, vícios de todos os tipos grassavam pela corte de Luís XIV, com o próprio a encabeçar estas hordas.
Desde que havia tomado Madame de Montespan para sua amante real, que ela o levou pela espiral louca de afrodisíacos, leituras de tarot, quiromancia. Por uns tempos, o rei parece perdido na sua vida, nos seus objetivos, perde força por se sentir cercado por todos os lados. Mas é dele que vai vir a mudança de atitude. É dele e da guerra na Holanda, contra Guilherme de Orange, que ele reencontra o seu caminho.
Outra mudança muito bem vinda na corte de França é a Princesa Palatina, que irá casar com Philippe e que é uma lufada de ar fresco. Ela gosta é de ar livre, não gosta do mimimi da corte francesa e não tem paciência para suportar as amantes oficiais do cunhado. Philippe, primeira estranha, mas depois tornam-se como que cúmplices, pois Philippe sempre se sentiu um outsider na corte do irmão.

Uma parte muito bem descrita na série, foram os venenos e drogas consumidas na corte. Quem pensar que o abuso de drogas é coisa só do século XX, desengane-se: sempre houve uma parte da população completamente disposta a usar e abusar de substâncias, para fugir à monotonia dos dias presos numa corte, que vivia a toque de caixa.
Neste caso eram as poções de amor, os afrodisíacos....e os venenos. Para "apagar" uma pessoa que se tinha tornado incómoda, um familiar que se recusava a morrer e deixar a sua herança.... o caso dos venenos, que foi  muito real e que aconteceu na corte francesa, tendo à cabeça a Voisin, famosa vidente, cuja maior cliente era precisamente a Madame de Montespan, a amante do Rei. Apenas deram outro nome à personagem, sem saber bem porquê, porque mantiveram os nomes verdadeiros dos seus cúmplices. Mas está bem retratado o porquê destas pessoas terem ganho influência, junto de nobres e gente comum, de igual modo. Foi algo transversal na sociedade da época.


Mais uma vez, uma série de muita qualidade, com interpretações fantásticas e um genérico fabuloso.


E vocês - já viram? Têm curiosidade?


Kisse da vossa Geek

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Projecto Um Ano Com a Jodi

Dezembro

Dezanove Minutos



Sinopse

Em Sterling, New Hampshire, Peter Houghton, um estudante de liceu com dezassete anos, suportou anos de abuso verbal e físico por parte dos colegas. O seu amigo, Josie Cormier, sucumbiu à pressão dos colegas e agora dá-se com os grupos mais populares que muitas vezes instigam o assédio. Um incidente de perseguição é a gota de água para Peter, que o leva a cometer um acto de violência que mudará para sempre a vida dos residentes de Sterling.

Este é  livro que iremos ler, a começar dia 1 de Dezembro. Quem se quiser juntar a mim, à Dora e à Isaura é só comentar nesse sentido.

Kisses da vossa Geek

segunda-feira, 13 de novembro de 2017



E este cantinho faz um ano !!
Agradeço a todos quantos seguem, comentam e me fazem ter a perceção que sim - estou cá e já tenho o meu lugar!
Como não poderia deixar de ser nestas alturas, faz-se um balanço.
O blog, que começou por ser só literário, agora expandiu (ou definiu-se) como um espaço de discussões às vezes livrólicas, às vezes nem por isso. Mas um espaço de discussão e partilha de ideias, de eu desabafar as minhas visões sobre determinados assuntos e ver se estou completamente louca.Tenho alturas que penso que sou só eu que penso assim sobre determinado assunto, e afinal, descubro que não. E vou partilhando essa minha loucura.
Quero continuar a fazer deste espaço um espaço dedicado à leitura, às séries e filmes e ainda mais - ao exercício do pensar. Porque isto de pensar é como exercitar um músculo: quanto mais fazemos, mais definido fica. Gosto de refletir sobre os assuntos que parece que mais ninguém fala, parecendo haver algumas "vacas sagradas", em termos de discussão.
Mas, como aniversário não é aniversário sem haver aqui um "presente", vou então anunciar o que pretendo apresentar aos leitores/seguidores deste blog:
Tão somente um propósito, que pretendo levar até ao infinito - ler mais autores portugueses.
Ultimamente, tenho tido muito mais apetência por autores nacionais do que por estrangeiros. Mas o desafio, para mim,  está em ler fora do "circulo dourado", que referi no meu post. Esses não precisam de mais publicidade. Já descobri imensos autores, ao pesquisar na internet, em assuntos que me dizem tanto quanto os históricos, dos quais nunca ouvi falar. Vou, então, experimentar e dizer de minha justiça, o que se pode ter em conta e o que é para passar adiante.

Irei também ler dentro de um género muito desprezado em Portugal, um movimento conotado com o comunismo e que surgiu em países com o nosso, Itália e Espanha: o neorrealismo. Irei ler as obras primas, de autores esquecidos e até malditos, desse movimento estético e cultural.
De um modo geral, pretendo aumentar as minhas leituras neste sentido, porque iniciativas tópicas, são boas - qualquer iniciativa neste sentido é valida - mas parecem muito redutoras, quando são concentradas em espaços de tempo delimitados. Então, é em um mês ou uma semana que se vai chegar às obras primas da literatura do nosso país? Eu preconizo que deve ser um propósito a longo prazo - que tal o resto da vida? - sem pressas, sem prazos .

E já repararam que uso o termo "propósito" e não "projeto" ou "desafio"? É porque não me quero limitar nem impor nada. 
É claro que irei ler os outros autores de que gosto e os outros livros na minha estante - não vamos cair no exagero, nem é isso que me proponho. Antes um descobrir da boa literatura que fazemos, que é tão boa (ou tão má) quanto a que vem de fora, só menos, muito menos, divulgada e apreciada.

Para este propósito, criei a hashtag #autorespt365, que irei usar sempre que ler livros de autores nacionais ou lusófonos - também se aplica a eles. E vocês todos, estão à vontade para também usarem a hashtag e incluírem mais português na vossa jornada literária.
Porque devemos conhecer de onde viemos, para saber para onde vamos.

Kisses da vossa Geek

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Comentar ou não comentar....nem se põe a questão



Porque é sempre - sim! Comentem, digam de vossa justiça, falem.

Eu já estive - e durante muitos anos - no lado de apenas consumidora de blogs e canais. E sim, dá uma certa timidez de comentar. Ao fim e ao cabo, não conhecemos a pessoa de lado nenhum, nem a ela a nós (em princípio), há sempre um certo pudor, pois parece que estamos a espreitar o diário da mana mais velha, às escondidas.
Eventualmente, há aquele dia em que perdemos a vergonha e comentamos. E nada de mal acontece! Felicidade! Falamos e alguém nos ouviu e mais ainda - respondeu. Ficamos eufóricos e a partir desse pequeno momento, começa a desenvolver-se uma relação interessante entre duas pessoas, que são completas estranhas uma da outra. 

Estando agora do lado de produtora de conteúdos, o haver comentários é fundamental. Não basta pôr o like. Há que comentar. Não estou aqui a "obrigar" ninguém, mas realmente é uma grande parte do "porquê" de estar aqui, a editar posts, gravar vídeos e a gastar horas a editar. Uma grande fatia é por gosto e realização pessoais, sem dúvida -  nunca iria para a frente, com este tipo de projetos, se assim não fosse. Mas, a outra grande fatia, é pela interação gerada, pela sensação de pertença a uma comunidade, com os mesmos gostos que eu.
Nos comentários é que vemos qual o feedback do nosso público, o que desejam ver em futuras rubricas/posts/videos.
E, a não ser que nos calhe um troll, todos os comentários são bem-vindos até aqueles a discordar connosco, desde que feitos com respeito e fundamentados. Gosto que me desafiem com comentários que me façam pensar. Mesmo que não concorde com o exposto, são esses comentários que, por vezes, acabam por acender luzes no meu cérebro, quando desafiado com uma lógica diferente da minha. 
Sei que há muita gente que lê blogs e vê vídeos e não comenta, por esquecimento ou por achar que o que vai dizer não é relevante....não pensem isso e arrisquem. Faz parte da experiência.

E vocês - fazem conteúdos? O que pensam? Ou, se forem só consumidores, comentam? Já tiveram alguma má experiência neste sentido?

Kisses da vossa Geek

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Historiquices Novembro
Maria Antonieta


A rainha mais infame, mais caluniada e mais reconhecível de sempre, pela sua faustosa vida e morte trágica, simbolo de uma era a findar.
Maria Antónia nasceu em 2 de Novembro de 1755, tendo, curiosamente, como padrinhos de baptismo, os reis de Portugal - D. José e D. Mariana Vitoria.
Ela foi a penúltima dos 16 filhos da Imperatriz Maria Teresa de Áustria, que, sendo uma mulher dominante, sempre aterrorizou a sua filha, mesmo à distancia dos milhares de quilómetros que separaram o Hofburg de Versailles.
Com a morte de seu pai, a mãe de Antónia procurou alianças vantajosas para todos os seus filhos e, ela era a peça (ou peão) mais interessante, pois, com o casamento com o Delfim de França, punha-se termo à rivalidade e tensão de séculos, entre estes dois países.
Antónia foi uma criança feliz, muito embora fosse virtualmente ignorada pela sua mãe, sempre ocupada com assuntos de estado, mas tinha uma ama que lhe dava todo o conforto maternal. Mas, os estudos dela foram gravemente negligenciados por essa senhora, deixando-a assim, sem bases sólidas para assumir o seu papel de Delfina de França. 
Com o casamento, chegaram todos os problemas que, um enlace por procuração e entre monarcas tem: o casamento tardou a ser consumado, havia um sentimento anti-austríaco, até por parte do seu esposo e ela nunca foi realmente aceite em França, na corte, como Delfina e mais tarde, como Rainha. Procurou distração do deserto emocional que a rodeava na moda, nos jogos de azar, nos bailes. Mas infelizmente, isso só dispôs mais os inimigos da Coroa contra ela. Mas ela parecia que não se apercebia de nada.

Quando finalmente teve noção, já não havia nada a fazer. Ela cresceu, com os anos, ganhou algum traquejo, mas o mal já estava feito e não era pouco. E de qualquer maneira, naquela época e com o ambiente que se vivia, nem que ela fosse a melhor Rainha do mundo, iria ter exatamente o mesmo final. Foi o fim de uma era, e quando isso acontece, nada se interpõe nesse caminho.

Poder-se-á dizer que a morte de Maria Antonieta foi inevitável, sob muitos aspetos. Ela tanto foi vitima, como provocadora dessa má sorte. Penso que, devido ao clima politico e social vivido na altura, não havia escapatória possível.
Ainda assim é uma Rainha e uma personalidade fascinante e que viveu um dos períodos mais ricos da Historia mundial e que foi o percursor de muitas outras Revoluções, por esse Mundo fora.

Em termos de filmes há este

Livros







Documentários

Biografia do Biography Channel


Kisses da vossa Geek

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

O Macho Português


Hoje deu-me para um assunto menos livresco e mais mundano.
Pois então, esta espécie autóctone pode ser encontrada pela ruas, jardins e casas deste nosso belo país, mas vou me referir unicamente a uma variante, a que gosta mais de se refugiar nas redes sociais, fazendo dela a plataforma para as suas (supostas) seduções.

Todos os dias, encontramos por essa Internet fora "machos" que, apenas vislumbrem um decote ou uma sombra de biquíni, lá vão eles a correr, uivando como lobos na excitação da caça, pôr o seu like e botar os seus dois cêntimos nos comentários:

"Lindona" "Gata" "Sempre Linda"

e por aí adiante - as variações não são muitas e todas têm o mesmo propósito: fazerem-se notar por aquela fêmea, que, ao pôr uma fotografia, se expôs aos seus olhos. Também serve para uma espécie de apresentação para outro tipo de contactos. Nomeadamente pelas mensagens privadas, onde o teor varia de um convite respeitoso para um café até ao exibicionismo puro e duro, porque ao fim e ao cabo - "elas meteram-se a jeito".
Na mente destes machos de teclado, a fotografia, que eles consideraram ousada (até podia nem ser, mas vamos lá), ela está a pedir "algo". E eles querem imediatamente dar esse "algo".

Isto é uma questão puramente cultural, tal como foi comprovado por uma blogger de literatura, que fez a seguinte experiência: quando publicou três posts, em três dias consecutivos,  com umas fotos mais sugestivas, que nem eram dela - mas com livros na imagem e o post continuava a ter como tema a literatura - recebeu mais likes que nunca. E também, mais propostas indecentes que nunca! Quando voltou às publicações normais, desceu bruscamente o interesse por ela.

Será que o machismo e a objetificação das mulheres não irá parar nunca? Tenho fé nas gerações mais novas, que, tal como o meu filho, estão a ser educados a terem valores diferentes. É esperar para ver. Mas ainda temos um longo caminho a percorrer até à equidade. E até que esta espécie fique extinta definitivamente. 

E vocês - souberam de  algum exemplo, como o que relatei? Contem-me tudo.

Kisses da vossa Geek

domingo, 15 de outubro de 2017

Projeto literário Um Ano Com a Jodi

Novembro

Uma Melodia Inesperada /Sing You Home



Zoe Baxter passou dez anos a tentar engravidar e, quando parece que este sonho está prestes a realizar-se, a tragédia destrói o seu mundo. Como consequência da perda e do divórcio, Zoe mergulha na carreira como terapeuta musical. Ao trabalhar com Vanessa, o relacionamento profissional entre as duas transforma-se numa amizade e depois, para surpresa de Zoe, em amor. Quando Zoe começa a pensar de novo em formar família, lembra-se de que ainda há embriões dela e de Max congelados que nunca foram usados.

Este vai ser o livro a ser lido, a partir de dia 1 de Novembro.

Já sabem: quem se quiser juntar, basta comentar aqui, no blog da Isaura ou no canal da Dora.

Kisses da vossa Geek

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Parcerias - o bom, o mau e o vilão


Assunto espinhoso aqui. Se são sensíveis, fechem a janela e dirijam-se ao blog mais próximo, com fotos de gatinhos fofinhos.

Continuaram? Estão por vossa conta e risco. Depois, não digam que não avisei.
Parcerias há muitas e de variadas coisas: livros, maquilhagem, roupa, etc. É só dar um giro por blogs ou pelo Youtube, e encontra-se imenso desses vídeos / posts patrocinados. É uma maneira de as empresas terem um outro tipo de exposição ao mercado, mais acessível de certa maneira, do que pelos meios tradicionais.
A minha questão é: quanto é que essas opiniões são realmente verdadeiras? Será que o facto de o produtor de conteúdo receber os produtos de borla (e algum outro tipo de gratificação, que não se sabe), não vai influenciar a sua opinião acerca desses produtos?
Eu sou uma cética, e acho que há sempre um certo grau - para não dizer em algumas pessoas, imenso - de aliciamento, de parcialidade. Se receberam os produtos de borla, querem continuar a receber, quer dessa empresa, quer de outras, e irão dizer maravilhas, que é excelente, ótimo - não sendo talvez bem essa a realidade do produto / serviço em questão.

Falando no caso específico de livros, penso que há pessoas que se influenciam imenso com as parcerias formadas. Consegue-se ver que há verdadeiros malabarismos de linguagem, para que não soe que estão a dizer mal (no fundo, a dizerem que não gostaram) do livro, mas que soe sim, a positivo, para que os envios das editoras continuem a chegar. Já vi opiniões escritas que diziam uma coisa e o seu contrário, isto do mesmo livro e na mesma opinião. Não fico a perceber nada - com franqueza, não percebo onde é que o blogger / youtuber quer chegar: gostou? Não gostou? Algo soa a falso.
O medo de dizer de frente que não gostaram nada e que, se calhar lhes apetecia mesmo era mandar o livro pela janela fora, é suprimido pelo desejo de continuar a receber livros e mais livros. E no final, para quê? Para ficarem bem vistos? Por quem? E será que nunca ninguém os confronta com algo como " aquilo que recomendas-te é uma porcaria!" ? 

No meio disto tudo, sei quais são os blogs e canais que, tendo parcerias, não se deixam cegar pela "borla" e os quais confio que dão a sua opinião sincera.
Porque isto de opiniões é muito subjetivo, não nos podemos esquecer: o que pode ser excelente para mim, pode ser o lixo para outra pessoa. E vice-versa.

E vocês - são influenciáveis ou céticos?

Kisses da vossa Geek

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

O problema da Portugalidade


Eu, leitora, me confesso: raros são os livros que leio de autores portugueses. Dos cerca de 50 a 70 livros que leio anualmente, possivelmente não leio 10 de autores nacionais /lusófonos.
O que faz com que isto aconteça? Pela minha parte, tem um pouco que ver com as leituras obrigatórias na escola e com a pouca divulgação que a maioria dos autores portugueses têm.

As leituras obrigatórias fizeram com que associasse os autores portugueses a sentimentos de obrigação, de chatice e aborrecimento mortais. Gostei de Camilo Castelo Branco por exemplo, mas foi caso único. O resto, completei, mas sem senso nenhum de prazer.
A segunda razão para mim, é a mais relevante, pois à parte de uma meia dúzia  - contada pelos dedos - de autores que, de cada vez que editam um livro, é louvores e publicidade por tudo quanto é sitio, os outros nadam num mar de ignomínia. À parte de um curto espaço de tempo logo a seguir à publicação do livro, raramente são lidos, falados ou recomendados. Parece que caíram da face da terra, para não mais serem encontrados. São aqueles que normalmente têm que ter um emprego que lhes pague as contas, e que escrevem por amor à camisola, pois de outra maneira, não escreveriam.
Enquanto que há uns quantos - com mais ou menos mérito, mas isso é discutível - em que se cria uma expectativa quanto à saída de um novo livro, em que os livros são lidos e repassados não sei quantas vezes, outros há em que simplesmente caem no esquecimento. E isso não me parece justo, pois num mercado editorial pequeno como o nosso, não se percebe como é que há autores que têm muita publicidade e outros que passam "debaixo" do radar. É um assunto em que também que as editoras dever-se-iam debruçar, pois afinal são elas que os representam e se não fizerem o seu trabalho em condições, vai-se refletir nas vendas (ou mais, na falta delas).

Quero começar a ler mais autores portugueses, mas fora desse circulo dourado, porque tenho ideia que há muito bom livro para ser lido, só que não é tão conhecido ou popular.
 E vocês? Qual é a vossa opinião? E, já agora, sugestões para este meu propósito?

Kisses da vossa geek

domingo, 24 de setembro de 2017

Historiquices de Outubro

Louisa May Alcott



Louisa nasceu em Filadelfia, no ano de 1832, filha de um filósofo e educador, Amos Alcott e de uma assistente social, Abigail. O seu pai era um transcendentalista, corrente de pensamento e educação que preconizava o alcançar da perfeição e o estar separado da restante sociedade consumista. Para isso, o seu pai deslocou várias vezes a família para comunas independentes, mas foram experiências sempre de curta duração, e de muito stress para toda a família.
Louisa tinha vários irmãos e irmãs e todos, à exceção da mais nova, foram educados em casa. Louisa recebia a sua educação maioritariamente de seu pai, mas também de nomes sonantes como Henry David Thoreau, Nathaniel Hawthorne e da jornalista Margareth Fuller. Pensa-se que a grande inspiração para o seu maior sucesso - Mulherzinhas - vem da sua própria família, nomeadamente as suas várias irmãs.
Como a família estava sempre em risco de pobreza eminente, Louisa desde muito cedo que se empregou como professora, costureira, etc.

Possivelmente, pela sua educação exigente e muito variada, ela sempre foi uma feminista, uma abolicionista - isto antes da guerra civil americana, onde ela trabalhou num hospital de campanha - e defendia o sufrágio feminino. Aliás, foi a primeira mulher a recensear-se para votar, na sua cidade. Nunca teve uma relação amorosa significativa com ninguém, além de um jovem polaco, mas os diários onde ele era mencionado foram apagados. 

Por tudo isto e mais, vamos ler e ver obras desta escritora espantosa - e bastante profícua.

Livros



Filmes

Movie Trailer   Mulherzinhas

Movie Trailer Litle Men

Movie Trailer An Old Fashioned Christmas

Kisses da vossa Geek



Historiquices de Junho

Pearl S. Buck







Uma senhora muito prolifica e com uma mente muito à frente do seu tempo.

Kisses da vossa Geek
Vídeo

Opinião Norma de Sofi Oksanen






Um livro diferente de tudo o que já li, com uma premissa interessante e brutal.

Kisses da vossa Geek
Historiquices de Julho

Jane Austen






O mês de Julho foi "tomado" por esta senhora maravilhosa, uma das minhas autoras preferidas.

Kisses da vossa Geek
Vídeo

Opinião Terra Abençoada de Pearl S. Buck







Um livro que me agradou a todos os níveis.

Kisses da vossa Geek
Vídeo

Leituras que não me impressionaram





Onde mostro 3 livros, que por acaso peguei de seguida, que não foram do meu agrado.

Kisses da vossa Geek
Historiquices de Agosto

Cleópatra




Tudo o que li e vi sobre esta figura muito conhecida.

Kisses da vossa Geek
Projeto Outubro Victoriano





Um projeto para o próximo mês, neste vídeo onde mostro o que irei ler durante esse mês.

E vocês - também vão participar?

Kisses da vossa Geek
Vídeo

Opinião A History of Loneliness de John Boyne




Neste vídeo explico a minha experiência de leitura deste livro fantástico.

Kisses da vossa Geek

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Pessoas tóxicas: expressão da moda


Penso que este foi o ano em que ouvi mais este termo. Seja porque saiu um livro de auto-ajuda e vários artigos neste sentido ou porque este talvez seja o ano de toda a gente se livrar da toxicidade nas suas vidas.
Com sinceridade, já estou meia farta de ouvir por tudo e por nada "livrei-me de pessoas tóxicas "quero estar longe de..."
Antes disto havia, sempre houve e há-de haver pessoas que não nos fazem bem, que não são amigas, que não são mais que conhecimentos que, por vezes, teimamos em manter e tentar aprofundar, mas que no fundo, são vazios, pois para haver real amizade deve ser dos 2 lados - não funciona numa via de sentido único. As pessoas fazem escolhas, todos os dias - falo contigo ou não falo? Estiveste lá para mim, quando estava num momento mau ou não? - e isso é algo que tem que ser avaliado constantemente porque, uma amizade - como tudo na vida - não é uma coisa garantida.
Sempre fiz essas escolhas e nunca me senti impelida a ter que falar ininterruptamente sobre esse assunto. Há coisas que simplesmente não vão acontecer. Uma amizade existe ou não existe. Se tem que haver esforço de alguma das partes para haver, então é porque já não há. E, após fazer as pazes comigo mesma, nem penso mais nisso.

As amizades mudam com fases evolutivas da vida - ida para escolas secundárias diferentes, universidade, casamento, filhos. São tudo situações fraturantes, que reforçam o que é forte e partem o que é fraco. E isso está tudo muito bem. É uma evolução natural da vida ou da relação entre essas pessoas.
Encaro esta situação como não sendo apenas de perda, mas de perda por um lado e ganho no outro. Porque ganhamos novas pessoas na nossa vida, que, com o tempo e avaliação, poderão vir a ser relevantes. Mas a palavra chave é "poderão".
Agora, não façam de algo simples uma bandeira de batalha. Tudo o que é assim falado não tem substância e mais: revela que há assuntos mal resolvidos.
E vocês - o que pensam deste assunto?

Kisses da vossa Geek

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Projeto Um Ano Com a Jodi

Outubro


Uma Questão de Fé

Sinopse

“Em Uma Questão de Fé, Jodi Picoult lança-se uma vez mais numa temática polémica sobre fé, traição, milagres e mistério… mas o fio condutor da narrativa é sempre a força do amor maternal.
Pela segunda vez no seu casamento, Mariah White apanha o marido com outra mulher, e Faith, a filha de ambos, assiste a cada doloroso momento. Após o inevitável divórcio, Mariah luta contra a depressão e Faith começa a conversar com um amigo imaginário. A princípio, Mariah desvaloriza o comportamento da filha, atribuindo-o à imaginação infantil. Mas quando Faith começa a recitar passagens da Bíblia, a apresentar estigmas e a fazer milagres, Mariah interroga-se se sua filha não estará a falar com Deus. Quase sem se aperceberem, mãe e filha vêem-se no centro de polémicas, perseguidas por crentes e não-crentes e apanhadas num circo mediático que ameaça a pouca estabilidade que lhes resta.”

É este o livro selecionado para Outubro.

Já sabem - quem se quiser juntar à leitura conjunta a começar no dia 1 de Outubro, é só avisar nos comentários.

Kisses da vossa Geek