sexta-feira, 30 de dezembro de 2016



Wrap  up #mlfusão e #potterathon


Estando a Maratona Fusão oficialmente acabada e não indo ler mais livros a contar para a Potter-a-Thon, faço já aqui o meu wrap-up.

Não cumpri os desafios todos, mas diverti-me imenso a interagir com os outros participantes. Parabéns quer à Claudia Simões e à sua irmã Daniela quer à Elsa Esteves e à Filipa Dias das maratonas Fusão e Potter-a-Thon respetivamente, pelo incrível feedback e interação ao longo das suas iniciativas.

Sem mais delongas, aqui ficam os meus resultados.


#MLFUSÃO


-DESAFIO 1 - Livro muito recomendado



Para um primeiro livro da autora não está nada mau, mas fiquei um pouco dececionada, possivelmente por as expectativas estarem bastante altas.

-DESAFIO 2 - Livro de capa feia



Maravilhoso, fantástico - em breve sai opinião


MARATONA POTTER-A-THON

-DESAFIO 2 + 6:




Gostei imenso e já fiz opinião aqui no blogue

-DESAFIO 5



Também já com opinião

-DESAFIO 10 + 12



Surpreendeu-me imenso - opinião em breve

-DESAFIO 11



Não me impressionou por aí além. Uma história banal com uma escrita banal. Esta foi a minha estreia com Gabriel Garcia Marquéz. Conto ainda dar uma outra oportunidade a uma obra maior, pois este livro, a meu ver, é mais um conto. Ficou muito superficial.

Para mim, o saldo destas iniciativas é sempre positivo, por isso venham mais!

Kisses da vossa Geek


quarta-feira, 28 de dezembro de 2016




BALANÇO 2016

Pois é, geeks desta página, mais um ano que se aproxima do fim e é altura para balanços, ver o que de bom e de mau fez parte deste ano. Em termos de livros, claro, que é para isso que cá estamos todos.

Começo pelas boas surpresas e descobertas deste ano.

-Elena Ferrante - todos os livros que li até agora

-O Meu Nome é Lucy Barton - Elizabeth Strout

-Os Interessantes - Meg Wolitzer


-O Pintassilgo - Donna Tartt

-Confissões - Kanae Minato

-O Miniaturista - Jessie Burton


-Between Shades of Gray - Ruta Sepetys


-A Praia das Pétalas de Rosa - Dorothy Koomson

-Flores e O Pintor Debaixo do Lava-Loiça - Afonso Cruz

-Um-Dó-Li-Tá - M. J. Arlidge

-Dispara, Eu Já Estou Morto - Julia Navarro

-O Tribunal das Almas - Donato Carrisi

-As Esquinas do Tempo - Rosa Lobato de Faria



- Os Anagramas de Varsóvia - Richard Zimler


E agora, as desilusões, aqueles para os quais tinha tantas expetativas e que defraudaram.

-Me Before you - Jojo Moyes



-A Desumanização - Valter Hugo Mãe

-O Preço do Dinheiro - Ken Follett

-In The Woods - Tana French

-A Rainha Predileta - Caroly Erickson

-1984 - George Orwell

-Smilla e os Mistérios da Neve - Peter Höeg

-Toda a Luz que Não Podemos Ver - Anthony Doerr


-Quando Éramos Mentirosos - E. Lockhart

-O Retrato da Mãe de Hitler - Domingos Amaral

-O Segredo Perdido - Julia Nery

-You, Me and Other People - Fionualla Kearney

E vocês - quais as vossas surpresas boas ou decepções más?

Kisses da vossa Geek

domingo, 25 de dezembro de 2016





Desafios no Goodreads - sim ou não?



Nesta época de fim de ano, o inevitável balanço acontece - vemos o que ficou para trás de relevante e decidimos metas e desafios para o novo ano que se avizinha.

Uma das primeiras coisas que os livrólicos - eu incluída! - faz logo no início do ano, é pôr o seu desafio anual no Goodreads. Eu adoro fazer isso e os meus desafios têm vindo a crescer em quantidade ao longo dos anos. Tenho ganho mais capacidade de leitura, o que me permite ir aumentando o número de livros que me proponho ler todos os anos.
Com isto em mente e nos últimos meses, sensivelmente desde Setembro, que me tenho vindo a deparar com uma espécie de movimento, por enquanto muito mais a nível internacional, nos canais literários maioritariamente de Inglaterra e dos Estados Unidos: esse movimento chama-se "read less", não é algo organizado, mas comecei a reparar no que vários booktubers diziam e sentiam em relação aos desafios anuais do GR.
Ora, neste "movimento" põem em causa o proporem-se a ler um X número de livros num ano, por sentirem que esse número - definido por eles - os pressiona a lerem de tal maneira que não desfrutam. Mas poderá ser? Como estão sempre a pôr números cada vez mais altos - e impossíveis, de certa forma - optam por livros menos complexos, mais fáceis de ler e mais pequenos em detrimento do que, possivelmente, estariam na disposição de ler. Ao libertarem-se da tirania do desafio, pretendem com isto regressar ao gosto pela leitura por si mesma e não pelos números. Querem saborear a leitura.

Por outro lado, temos uma grande maioria que põe um número no desafio e não se sente minimamente pressionada: lê o que quer, ao ritmo que mais se adequa a si e não pede desculpa por isso. Não se sente pressionado nem a aumentar o desafio anual nem a cumprir escrupulosamente  o número que fixou.

Temos ainda quem ponha o desafio e fique a martirizar-se por não conseguir cumprir. Mas, todos os anos, e apesar de praticamente á partida já saberem que vão falhar no objetivo que se propõem, repetem o procedimento e mais uma vez ficam desolados por não conseguirem cumprir. Dizem que esse desafio anual  dá-lhes um objetivo específico e que, caso contrário, não leriam nem metade dos livros que acabam por ler.

Pessoalmente, estou do lado dos que fixam um desafio anual e esquece-se dele - vou pondo lá os livros que li, sem preocupação se estou dentro do prazo ou não. Mas normalmente cumpro, pois ponho objetivos realistas e que se adequam ao meu ritmo de leitura e estilo de vida. Mas, mesmo se não conseguir cumprir por alguma razão, também não faz mal. A leitura, para mim, é um hobby que faço para me dar prazer e não para entrar numa espécie de corrida para ver quem lê mais. Se não der para ler o que estipulei, paciência - prefiro qualidade a quantidade.
Mas, e a título de experiência pessoal, no próximo ano não vou pôr desafio no GR. Como o nosso cérebro é uma máquina fascinante e muito pouco conhecida, quero perceber se, inconscientemente, esse número me condiciona.
No final do próximo ano, irei então avaliar todos os parâmetros da minha leitura: ritmo, quantidade, qualidade e tipo de livros que li.

E vocês - sentem que os desafios ajudam, atrapalham ou são indiferentes?

Kisses da vossa Geek


quarta-feira, 21 de dezembro de 2016






Clube dos Clássicos Vivos - Votação para Janeiro e Fevereiro



As votações do livro a ler durante os meses de Janeiro e Fevereiro de 2017 acabaram ontem e o vencedor foi O Crime do Padre Amaro, de Eça de Queiroz.

Quem se quiser juntar a esta leitura e subsequente discussão, pode fazê-lo aqui

Kisses da vossa Geek



Opinião


O sentido do Fim




"A história não são as mentiras dos vitoriosos - são antes as memórias dos sobreviventes, a maioria dos quais não são nem vitoriosos nem derrotados."


Tony Webster está na sua reforma. Divorciado, com uma rotina estável, com os netos a alegrarem-lhe a existência, com uma boa relação com a ex-mulher e de uma forma geral contente com a sua vida, vê a mesma ser perturbada de um  modo irreversível pela chegada da carta de um solicitador, onde se explica que lhe foi legado em testamento o diário de um amigo de adolescência, Adrian Finn.


Tudo isso vai perturbar a paz de Tony - com foco para assuntos não resolvidos do seu passado. Vai trazer à baila toda uma panóplia de situações que ele passou por cima, sem lidar com elas. A vida meteu-se pelo meio e só agora, com esta herança inesperada, vinda em circunstâncias no mínimo estranhas, é que se lhe vai proporcionar a oportunidade de resolver de vez os assuntos pendentes.


"Pensávamos que estávamos a ser maduros quando estávamos apenas a ser seguros. Nós imaginávamos que estávamos a ser responsáveis, mas estávamos unicamente a ser cobardes. Aquilo que chamávamos de realismo acabou por ser apenas a maneira de evitar os assuntos sem lidar com eles."


Este é um livro introspetivo, onde o tema central são as seguintes reflexões: será que é tarde para mudar? Para perdoar? Será que, em determinadas alturas da nossa vida, simplesmente contentamo-nos com uma versão dos acontecimentos, tentando poupar os nossos sentimentos, de modo a podermos seguir em frente? São todas estas questões que o livro tenta responder.


Como todos nós, o protagonista começa esta jornada cheio de certezas e acaba a ver as suas ideias alteradas e as suas noções de vida a evoluir em novas direções. Sentimentos que pensava não ir sentir e reações inesperadas perante algumas situações, são algumas das emoções que Tony vai ter e que irá lidar com elas ao longo da narrativa.


A escrita de Julian Barnes leva-nos entre a vida presente de Tony e a sua vida passada, nomeadamente entre a adolescência e os primeiros anos de vida adulta dele e do seu grupo de amigos, de uma forma fluída e com transições bem feitas entre as duas linhas temporais.
Vemos também tratados os temas de casamento, solidão, suicídio e adolescência de uma forma muito natural e orgânica.
Gostei de viajar pela vida e pelas dúvidas de Tony e de descobrir interações entre ele e as pessoas importantes da vida dele tão reais, tão palpáveis.

Nota: As citações foram traduzidas livremente por mim, pois li o livro em inglês. Peço desculpa por qualquer eventual erro de tradução.

Kisses da vossa Geek

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016





Apresentação de Projeto

Historiquices


Sou uma apaixonada por História e por romance histórico e decidi em 2017 iniciar um projeto que consiste em combinar datas históricas com leituras e visionamento de filmes, séries ou documentários sobre uma determinada pessoa ou de temas relacionados com a época dessa mesma pessoa. O projeto vai ter a duração de 1 ano e este ano vai incidir sobre mulheres com relevância histórica em diversos quadrantes.

JANEIRO
Inês de Castro

FEVEREIRO
Rainha Victória

Março
Irmãs Brönte

ABRIL
Lucrécia Bórgia

MAIO
Catarina, a Grande

JUNHO
Pearl S. Buck

JULHO
Jane Austen

AGOSTO
Cleópatra

SETEMBRO
Agatha Christie

OUTUBRO
Louisa May Alcott

NOVEMBRO
Marie Antoinette


DEZEMBRO
Catarina de Bragança

Todos estão convidados a juntarem-se a mim e podem fazê-lo da forma que mais gostarem: ou seguindo os desafios tal como os apresentei, salteando os temas ou apenas usando a hashtag #historiquices sempre que leiam um romance histórico ou de não-ficção sobre qualquer outro tema ou figura que vos agrade. Farei uma recolha de todas as publicações nas redes sociais as quais irei incluir no meu wrap-up mensal do projeto.

Como a primeira figura será Inês de Castro, já para o mês de Janeiro, deixo em seguida algumas recomendações de livros, filmes, séries e documentários.

LIVROS


FILMES

SÉRIES
Este é o link para a série portuguesa Pedro e Inês, 2º episódio, quando ela entra em cena aqui


DOCUMENTÁRIOS
O único que encontrei está aqui


Então, quem vai participar? Contem-me tudo!

Kisses da vossa Geek

domingo, 18 de dezembro de 2016






Vamos Geekar com Séries de Época 2


Agatha Christie

Um das grandes escritoras de crime mundial - e certamente uma da mais conhecidas - e fonte de inesgotáveis versões televisivas dos seus livros.
Os detetives dela são por demais conhecidos e decidi juntar todos neste post de quase homenagem a esta "instituição", que é Agatha Christie.

Esta simpática senhora inglesa, uma avó digna de qualquer série de drama de época, tinha uma mente um pouco macabra. Ela aproveitou a sua experiência enquanto enfermeira durante a I Guerra Mundial, para ficar com um manancial de conhecimentos médicos, que mais tarde iria utilizar. Mas não se julgue que há muito sangue - é apenas o refinamento de enredo e de causas para o crime que constitui o centro dos livros dela.
Os detetives designados - que passarei em seguida a ilustrar - são confrontados com crimes de solução virtualmente impossível, apenas deslindados pelos seus extraordinários poderes de observação, dedução e lógica imbatível.

O mais conhecido de todos será Poirot.


Quem não se lembra da famosa frase dele referindo-se ás suas "células cinzentas"? Este grande detetive belga - e não francês, como toda a gente teima em se lhe referir! - antigo polícia, na sua reforma transforma-se em grande detetive privado, ao qual chegam os grandes crimes insolúveis de gente da alta sociedade mas também de gentios. Com a sua calma e dedução (e também um bocadinho de TOC), ele avança na solução do crime com implicações várias, sempre com a sua equipa em redor para o ajudar nos seus intentos, em busca da verdade.
O "meu" Poirot será sempre o actor David Suchet - para mim, ele encarna tudo aquilo que os livros de Agatha Christie me transmitem desse personagem.


A senhora que se segue também não é uma estranha. Será Miss Jane Marple, moradora na pacata vila inglesa de St Mary Mead.

Esta velhota simpática e aparentemente metida consigo própria é dona de uma mente aguçadíssima. Nada lhe escapa em termos de observar os outros e em aplicar a sua própria experiência de vida para poder chegar ao criminoso. Ninguém lhe dá grande crédito, todos começam por tratá-la como um grande empecilho, mas cedo descobrem que esta senhora de aparência tranquila e até meia aérea está mais em sintonia com o que a rodeia do que os policias "á séria".
Esta personagem já teve várias versões: a primeira que me lembro de ver tem Joan Hickson, nos anos 80

e mais recentemente, vemos Geraldine McEwan, falecida a meio das gravações da série

e substituída por Julia McKenzie.

Todas, para mim, têm o perfil que imagino em Miss Marple a partir dos livros, embora a minha preferida seja a Geraldine McEwan.


E finalmente, chegamos ao único par de detetives e também aos que menos versões televisivas tiveram - Tommy e Tuppence.
Eles são namorados, noivos e detetives particulares. Também são os únicos que, ao longo dos livros "envelhecem" ou seja começam por namorados nos loucos anos 20 e vão, em cada livro, mudando o seu estado - casados, com filhos, a viver a reforma. Têm uma dinâmica muito engraçada: o Tommy mais cerebral e a Tuppence mais emocional. 
As séries têm como protagonistas, na mais recente David Williams e Jessica Raine


e na mais antiga, dos anos 80, Francesca Annis e James Warwick



Por último, temos uma mini-série televisiva recente, baseada no livro And There There Were None ou As 10 Figuras Negras, que não tem um detetive per si, mas várias pessoas que tentam descortinar o porquê  de terem sido convidadas para uma festa numa ilha isolada. Tem atuações espetaculares e é para mim o livro com o enredo mais invulgar de sempre.


A série conta com um elenco de luxo onde se contam Sam Neill, Miranda Richardson e Aidan Turner.

E vocês, gostam de Agatha Christie? Gostam destas adaptações? Eu adoro e sempre que as vejo passar na televisão, páro e vejo. Os cenários são requintados e adequados á época que retratam, o guarda-roupa irrepreensível e as paisagens lindas.

Kisses da vossa Geek

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016







TBR Maratona Fusão 2

Pois é, mais uma maratona que aí se avizinha e mais uma listinha de desafios a cumprir.

Esta maratona foi organizada pela Cláudia Simões do canal do Youtube e blogue A Mulher que Ama Livros e da sua irmã Daniela do blogue DeLivros e vai decorrer do dia 17 ao dia 28 de Dezembro.

Há 4 categorias ou desafios e um 5º desafio extra, para quem tiver cumprido os outros 4 .

1º - Agora é que é! Lê um livro que já insistiram mais de 100 vezes para leres.
Escolho este, não porque tenham insistido muito comigo - é mais o contrário - mas porque foi uma recomendação da Dora Santos Marques.


2º - Ignora a capa e lê o livro. Escolhe um livro com uma capa feia que dói.
Este vou fazer leitura conjunta com a Claudia Simões

3º - O ano está a acabar. Lê aquele livro que andas a dizer desde o ano passado que precisas de ler urgentemente.
Mesmo verdade! E vi o filme á pouquíssimo tempo - fiquei ainda com mais motivação.

4º - O Natal é das crianças. Escolhe um livro que tenha uma criança/adolescente como protagonista.
A minha estreia com este autor.

5ª - (extra) Escolhe 3 livros e pede a um participante da Maratona Literária Fusão que escolha a tua próxima leitura. Este, como disse em cima, é só para quem tiver cumprido os 4 desafios na íntegra.

Em qualquer partilha nas redes sociais usar a hashtag #mlfusao

E vocês? Vão participar? Contem-me tudo.

Kisses da vossa Geek.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016




OPINIÃO


A COISA TERRÍVEL QUE ACONTECEU A BARNABY BROCKET

Foi a minha estreia com John Boyne e com um livro que me disse tanto e a tantos níveis.

Barnaby é o 3º filho de Eleonor e Alistair Brocket, uns pais que se descrevem da seguinte maneira

"duas pessoas que tinham tanto medo de alguém que fosse diferente"

Henry e Melanie são os irmãos mais velhos de Barnaby, que simplesmente o adoram como ele é - ele flutua! Desde o nascimento que ele tem que ter pesos  atados a si, caso contrário iria a subir pelos céus fora.
Quem não aceita esta diferença é quem o deveria aceitar e amar incondicionalmente - os pais.

"levava uma vida normal numa casa normal, num bairro normal onde fazia coisas normais e de forma normal. A sua mulher era normal tal como os seus dois filhos"

Desde sempre que o escondem de todos, sentindo vergonha deste filho diferente e que na opinião deles" chama as atenções" e isso, para eles, é algo extremamente desagradável. Mas Barnaby, como menino rejeitado que é, tenta por tudo não desagradar aos seus pais

"Barnaby não apreciava a sensação. Era como se pretendesse ser alguém que não era."

Este é um livro infantil, mas que me parece dever ser lido por muitos adultos, pois toca em assuntos como exclusão, bullying, solidão, afastamento emocional por parte de familiares. Menciona também de forma acessível a homossexualidade e o envelhecimento. Mas o foco principal será a autoestima, a bondade por parte de estranhos e no facto de sermos capazes de trilhar o nosso próprio caminho sem ligar a quem nos quer pôr para baixo, simplesmente porque não somos a "norma".
A escrita é bonita, fluída e acessível e transmite proximidade com Barnaby, com o que ele vive, com o que sente, as suas dúvidas, avanços e retrocessos. Os temas foram tratados com positivismo e clareza - faz falta mais livros assim, pois apesar das metáforas utilizadas para os tratar, foi percetível a mensagem inerente que o autor quis passar.

Por causa da sua diferença Barnaby vai viver uma grande aventura. E é também por causa da sua diferença  que ele vai pôr em causa as perceções pelas quais regeu a sua (curta) vida.

"A maior parte das histórias não tem um final feliz"

Mas esta tem.

Kisses da vossa Geek

domingo, 11 de dezembro de 2016



VAMOS AO CINEMA COM.....


CAPTAIN FANTASTIC




Pois é geeks, inverno...... altura de casa quentinha, mantas e bons filmes.

O titulo pode induzir em erro, por pensarmos nos múltiplos filmes de super-heróis Marvel e DC que ultimamente grassam pelas salas de cinema. Nada mais afastado disso! Este é um filme de pessoas reais, de situações reais e que fazem refletir sobre o mundo à nossa volta.
Este filme foi-me recomendado pela Dora Santos Marques do canal Books and Movies e em boa hora ela o fez. Fiquei rendida ao enredo e ás subtilezas do argumento. Posso dizer com segurança que este é um dos meus filmes do ano de 2016, senão um dos favoritos de sempre, aquele panteão que todos nós temos.

O filme começa com Ben e os seus 6 filhos, com idades compreendidas entre os 18 e os 5 anos de idade e que vivem no meio da floresta, completamente "off the grid", ou seja, vivem o mais naturalmente possível: sem telemóveis, internet, tv, sem contas bancárias ou cartões de crédito. Os miúdos são ensinados em casa pelo pai e pela mãe (inicialmente ausente) e têm uma disciplina rigorosa de muito exercício físico e estudo. Acima de tudo, são tratados como adultos e seres pensantes, lendo e se instruindo na vasta biblioteca existente no Steve, o autocarro modificado em que a família se desloca, que é praticamente outra personagem do filme.



Tudo começa quando a mãe morre e os sogros do Ben recusam-se a honrar os últimos desejos da filha, que era ser cremada. Os sogros não gostam muito do Ben, como se vai percebendo ao longo do filme. Consideram que ele é a razão de a filha ir viver "para o meio do mato". Querem que Ben não venha ao funeral da própria mulher. Ben e os filhos têm então que sair do seu cantinho na floresta para prestar a última homenagem à mãe e esposa e tentar fazer com que os pais dela vejam a razão, deixando para isso a sua vida tranquila  e arredada da sociedade para trás e mergulhando de cabeça em todos os seus elementos, estranhos para os miúdos.

Este é o ponto de partida para um filme que me abalou e fez pensar em muitos aspetos enquanto mãe, enquanto cidadã e até enquanto ser humano.
Ben, ao tentar fazer cumprir os desejos de Claire, vai se expor ao criticismo inerente da sociedade, que se manifesta sempre que existe algo que não compreende ou que saia um pouco fora da norma. Vai ser criticado pela sua forma de educar e de criar o seus filhos, o não se vestirem como as outras pessoas, o não irem à escola, o não saberem referências da cultura pop, etc. Isto, ao mesmo tempo que tenta fazer o seu luto, lidar com a sua dor e com a dor dos filhos, deixados sem mãe.




Mas pensando bem: porque é que ele é que está errado? Ele e a sua mulher escolheram um estilo de vida mais natural, de modo a educarem os seus filhos para serem fortes, independentes e a saberem pensar pela sua cabeça, além de terem uma cultura geral a um nível estratosférico. Não será a sociedade atual um poço de distrações e fugas onde o lema é o seguidismo, o não ser diferente, a medianidade?




O filme prossegue em tom de crítica à sociedade americana ( e de um modo geral, global) onde se apontam as graves falhas estruturais no modelo de sociedade vigente.
Adorei a relação entre pai e filhos, onde mesmo estando retirados da "sociedade normal" o filho mais velho experiencia a rebeldia típica da adolescência



depois, temos as gémeas atléticas e sonhadoras, e os miúdos mais pequenos a quererem imitar o maiores em tudo.

Com interpretações espetaculares de todos sem exceção, destaco o Nai, o filho mais novo, que adorei na sua precocidade e na sua inocência também.



Em jeito de conclusão deixo esta pergunta no ar: será que as gerações vindouras estão a ser educadas e preparadas como deviam? Enquanto pais e educadores, é assunto para grande reflexão.....

Deixo-vos com o lema desta família

"Power to the people! Stick it to the man!"


Kisses da vossa Geek